Sinto que morri por dentro e ninguém se deu conta.
Estamos na primeira semana do ano, ainda de recesso no trabalho, sono, frio, horas livres.
Aqui estou numa queda de 10 a 0, em questões de minutos, tudo desmorona.
Combino com o clima do inverno, dias cinzas, frio, chuvas fortes, ventos que derrubam tudo.
Estou na primeira semana do ano, em recesso do trabalho, mas me sinto uma fraude, um fracasso.
A depressão que dormia há meses acordou, a ansiedade começou a me dilacerar. Uma dor de dentro pra fora.
Estou numa corrida contra mim mesma,contra o mundo. Uns dias atrás tracei planos, na esperança de controle, e aqui estou, afundada numa escuridão que niguém consegue atravessar, nem deveriam.
Poderia culpar a TPM, a saudade de casa ou as festas melancólicas de fim de ano, quem dera. Seria mais fácil se a razão da minha confusão pudesse ser nomeada. Um gatilho foi ativado, os gatilhos se viram contra mim. Sigo numa corrida sozinha e a cada vez mais distante, distante de tudo, todos.
Prometi a mim mesma não deixar a dor me achar, lutar contram ir atrás da felicidade. Onde encontro minhas forças ? Estou tão cansada, esgotada. Nem lágrimas descem, elas me ajudariam a esvaziar esse barco a deriva e pesado.
Sou uma fraude.
Me forço a sorrir quando mas sei que quero afundar, deixar o barco partir e me afogar nas ondas.
Sentir demais é demais.
Parece que minha intuição só me guia pra dias mais escuros.
As estrelas já não brilham como antes.
Os sonhos ficarão para sempre no papel.
Aqui morre mais uma parte de mim, pedacinho por pedacinho até não sobrar nada, até me desfazer por completo.
Eu sinto tanto, sinto muito.
Nunca serei boa o suficiente pra nada.
jornalistaansiosa 